sexta-feira, 24 de maio de 2013

Peço a paz



Peço a paz
e o silêncio

A paz dos frutos

e a música

de suas sementes

abertas ao vento

Peço a paz

e meus pulsos traçam na chuva

um rosto e um pão

Peço a paz

silenciosamente

a paz a madrugada em cada ovo aberto

aos passos leves da morte

A paz peço
a paz apenas

o repouso da luta no barro das mãos

uma língua sensível ao sabor do vinho

a paz clara

a paz quotidiana

dos actos que nos cobrem

de lama e sol

Peço a paz e o

silêncio

Casimiro de Brito, in “Jardins de Guerra”



Um comentário:

Andradarte disse...

Por onde anda amiga....??
Que tudo siga normal...
Beijo